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24 de jan. de 2011

Boeing 727

O Boeing 727 é uma aeronave americana, narrow-body, Trijato, com cauda em "T", para a aviação civil comercial. O primeiro Boeing 727 voou em 1963 e por mais de uma década foi o jato comercial mais produzido no mundo. Quando a produção se encerrou em 1984, um total de 1.831 aeronaves haviam sido produzidas.[1] O recorde de vendas do 727 como jato comercial mais vendido do mundo, foi quebrado no começo dos anos 90 por seu irmão mais novo, o Boeing 737.
O 727 foi produzido seguindo o sucesso do quadrijato Boeing 707. Projetado para rotas de curta distância, o 727 se tornou o principal apoio para rotas comerciais das empresas aéreas. Uma versão alongada, o 727-200, foi lançado em 1967. Em Agosto de 2008, havia um total de 81 Boeing 727-100 e 419 727-200 ainda em operação.[2]

Índice

[esconder]

[editar] Design e Desenvolvimento

O projeto do 727 nasceu a partir de um compromisso entre as empresas United Airlines, American Airlines, e Eastern Air Lines, devido à necessidade de configuração de um novo jato para prover cidades menores, que normalmente possuem pistas menores e menor demanda de passageiros.[3] A United Airlines queria uma aeronave quadri-motora para seus voos em aeroportos de alta altitude, especialmente uma de suas sedes, Stapleton International Airport em Denver.[3] A American Airlines, que já vinha operando o Boeing 707 e o 720, já pensava em uma aeronave bi-motora por questões de eficiência. A Eastern, no entanto, queria um jato trimotor para suas operações no Caribe, de forma que naquela época, os voos comerciais com aeronaves bimotoras eram limitados por regulamentos para rotas com no máximo 60 minutos de voo para um outro aeroporto (veja ETOPS). Eventualmente, as empresas aéreas concordaram em ser um trijato, e então nasceu o 727.[3]
Boeing 727-200C da First Air

[editar] Variantes

Existem duas variantes do 727. O 727-100 foi lançado em 1960, iniciando serviço apenas em Fevereiro de 1964. O 727-200 foi lançado em 1965 e colocado em serviço em Dezembro de 1967.

[editar] 727-100

O primeiro modelo de produção foi conhecido como 727-100. O primeiro 727-100 voou em 9 de Fevereiro de 1963 e o Certificado Tipo da FAA foi recebido em 24 de Dezembro do mesmo ano. A primeira entrega para a United Airlines foi feita anteriormente a isto, em 29 de Outubro, permitindo o início do treinamento para os pilotos. O primeiro serviço de passageiros do 727 foi realizado pela Eastern Air Lines em 1 de Fevereiro de 1964, no trecho Miami, Florida, Washington, D.C., e Filadélfia, Pensilvânia.
Um total de 571 727-100 foram entregues (407 -100, 53 -100C, e 111 -100QC). Um 727-100 foi produzido, mas retido pela Boeing, trazendo à produção total de 572 aeronaves.[4]
727-100C
Versão Conversível Carga / Passageiro. Possuía uma porta para cargas adicional e fuselagem reforçada. São três as possíveis configurações:
  • 94 passageiros em classe mista
  • 52 passageiros em classe mista e quatro pallets para carga (22,700 lb, 10,297 kg)
  • Oito pallets para carga (38,000 lb, 17,237 kg)
727-100QC
QC significa Quick Change (mudança rápida). Esta variante é similar à versão conversível, com rolamentos no chão da aeronave para uma galley "paletizada" e assentos e/ou carga para permitir um tempo muito menor para a troca (30 minutos).
727-100QF
QF significa Quiet Freighter (cargueiro silencioso). Uma versão cargueira para a United Parcel Service, re-motorizada com Turbofans da Rolls-Royce Tay.

[editar] 727-200

727-200 da Delta Air Lines
Versão alongada do 727-100. O -200 é 6 metros mais comprido (46.7 m) que o -100 (40.6 m). Uma seção de fuselagem de 3 metros foi adicionada na parte anterior às asas e outra seção de mesmo tamanho adicionada na paste posterior às mesmas. A envergadura e a altura permanecem as mesmas nas versões -100 e -200 (33m e 10m, respectivamente). O 727-200 original tinha o mesmo peso que o 727-100; entretanto, a medida que a aeronave ia evoluindo, uma série de pesos maiores e motores mais potentes foram adaptados, juntamente com outras melhoras, e a partir da produção em linha de número 881, os 727-200s são designados -200 Advanced. O peso bruto da aeronave foi eventualmente aumentado de 76.657kg para 95.027kg nas últimas versões. A entrada de ar dorsal do motor 2 também foi redesenhada para ser redonda em sua forma, ao invés de oval como era na série -100.
O primeiro 727-200 voou em 27 de Julho de 1967 e recebeu certificação pela FAA em 30 de Novembro de 1967. A primeira entrega foi realizada em 14 de Dezembro de 1967 para a Northwest Airlines. Um total de 310 727-200 foram entregues antes que desse lugar aos 727-200Adv de 1972.
727-200C
Versão Conversível Carga / Passageiro. Apenas 2 aeronaves construídas.[carece de fontes?]
727-200Adv da Syrian Air
Um 727-200 da Kalitta Charters II, estacionada no aeroporto de Lexington, KY
727-200 Advanced
MTOW (Peso Máximo de Decolagem) e alcance melhorados. Houve também, melhoras na cabine de passageiros.
727-200F Advanced
Versão cargueira do 727-200 Advanced começou a ser disponibilizado a partir de 1981, designando-o como 200F Advanced, motorizados com três Pratt & Whitney JT8D-17A e uma estrutura reforçada na fuselagem, uma porta para o deck principal com 3,35 m 5 cm por 2,13 m 5 cm e uma cabine sem janelas. Esta foi a última variante de produção do 727 a ser desenvolvida pela Boeing e 15 aeronaves foram construídas, todas para a Federal Express. O último 727 a ser completado pela Boeing foi a série 200F Advanced para a Federal Express.
Super 27
Velocidade aumentada em 80km/h, devido à troca de dois motores laterais com os JT8D-217, que podem ser encontrados em muitos MD-80, juntamente com a adição de um hush kit no motor central. Winglets foram também instalados em algumas destas aeronaves para aumentar a eficiência de combustível. Esta modificação foi originalmente desenvolvida por Valsan Partners, mas foi posteriormente vendida pela Goodrich.[5]
Um 727-200F da DHL em San Diego

[editar] Curiosidades

  • Em 05 de Dezembro de 1977 foi transportado o passageiro de número 1 bilhão em aeronaves Boeing 727. Um recorde inédito até então.
  • Mais de 200 aeronaves 727 de passageiros foram alteradas para a versão cargueira nos últimos anos.
  • A Transbrasil foi a maior operadora do Boeing 727 da América Latina.

[editar] No Brasil

Operaram com o Boeing 727 no Brasil :

[editar] Acidentes

Houve vários acidentes com o Boeing 727, sendo que dois deles no Brasil. O Voo VASP 168 foi um acidente aéreo que aconteceu em 8 de junho de 1982, quando um Boeing 727 com destino a Fortaleza se chocou contra a Serra da Aratanha, próximo de Pacatuba, Ceará. Todos os 137 passageiros morreram na colisão, sendo esse o quarto maior acidente aéreo da história da aviação brasileira. Outro acidente com Boeing 727 em solo brasileiro ocorreu no dia 12 de Abril de 1980 em Florianópolis, Santa Catarina. A aeronave modelo 727-027C de prefixo PT-TYS, da Transbrasil com 57 pessoas a bordo colidiu com o morro Virginia, localidade de Ratones, distante 40km do centro da cidade. 54 vitimas fatais. Outro acidente foi o vôo 182 da PSA (Pacific Southwest Airlines) um Boeing 727-200 que colidiu com um Cessna 172, o vôo 182, com destino a San Diego estava iniciando sua aproximação visual para a pista 27, com tempo bom, para o aeroporto de San Diego quando, repentinamente, um Cessna 172 que havia decolado do campo Montgomery às 08h16 para um vôo de instrução, liberado para vôo rumo ao campo Lindbergh em modo visual a uma altura de aproximadamente 450 metros, mas que estava mais alto, chocando-se contra a asa direita do 727 da PSA. O Boeing entrou em uma curva leve para a direita e continuou desta maneira até cair em um subúrbio da cidade, em plena área residencial, matando todos a bordo e mais pessoas no solo. Os ocupantes do Cessna também morreram na queda da aeronave. 135 pessoas no Boeing 727, 2 no Cessna e mais 7 no Solo morreram, totalizando 144 vitimas fatais. Um dos Acidentes mais graves foi com um Boeing 727-256 da Iberia que se acidentou quando se preparava para pousar no Aeroporto de Sondica em Bilbao na Espanha. O acidente matou 148 pessoas, 141 passageiros e 7 tripulantes. O acidente que matou mais pessoas foi um 727-264 da companhia Mexicana em 1986, com 167 vítimas fatais.

[editar] Operação atual

727 cargueiro da DHL
Vários exemplares do 727 continuam a voar, principalmente por empresas cargueiras. Recentemente a Aerolineas Sudamericanas, da Bolívia, adquiriu duas aeronaves para iniciar suas atividades. Pela configuração de 3 motores, o tipo se torna ideal para operar nas elevadas altitudes do país andino.
No Brasil e como em grande parte do mundo, o B727F é utilizado como aeronave para transporte de carga. Seu alto nível de ruído e consumo acabam inviabilizando o emprego na aviação comercial de passageiros. Porém, sua capacidade de carga (que gira em torno das 25 ton) e alcance o tornaram um dos melhores aviões para transporte de cargas no Brasil. Hoje, muitas empresas do Brasil tornam possível ver novamente nos céus a silhueta do única do trirreator da Boeing. Mesmo sendo uma aeronave que consuma bastante, ela é econômica em comparação com outros modelos dos anos 60/70 que ainda continuam voando para carga como os DC-8 e 707 que são quadrimotores da primeira geração da "Era Jato".
Hoje no Brasil, voam com o B727 as seguintes empresas: Air Brasil Cargo, ATA Brasil Cargo, TAF Linhas Aéreas, Total Linhas Aéreas, RIO Linhas Aéreas e VarigLog.

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